Editora Meca Ltda

Conteúdo atualizado diariamente!

Portal da Biblioteca Virtual

TEMA: BIOLOGIA

CÉLULAS TRONCO

Células-Tronco uma nova era para as pesquisas médicas

 

No dia 2 de março de 2005 foi aprovada na Câmara dos Deputados a polêmica Lei de Biossegurança, com 352 votos a favor e 60 contra. Polêmica porque trata de dois dos assuntos mais discutidos em todo o mundo: a aprovação das pesquisas com células-tronco e a liberação para o plantio de alimentos transgênicos.

Apesar de ambos os assuntos despertarem longas discussões, a aprovação das pesquisas com células-tronco foi o assunto que causou a maior polêmica. Isso porque ao mesmo tempo em que busca a recuperação de pacientes com doenças degenerativas ou vítimas de lesões, a utilização do embrião leva a sua destruição. Para alguns grupos religiosos seria como sacrificar uma vida para salvar outra, daí a polêmica.

Mas, antes de opinar se você é contra ou a favor, entenda melhor como funcionam as pesquisas e o que determina a lei.

 

 

O que é embrião?

O estágio inicial da vida do ser humano é o embrião. Ele é o resultado da fecundação do óvulo pelo espermatozóide. O primeiro estágio de desenvolvimento do embrião é o zigoto, a célula que dará origem a todos os tecidos de nosso corpo. Após cinco dias da fecundação, o zigoto transforma-se em um amontoado de células chamado blastocisto. São elas que se desenvolverão transformando-se em ossos, coração, cérebro, braços, pernas, pele etc. – são as células-tronco.

 

O que são células-tronco?

Elas têm esse nome justamente pela semelhança com o trabalho realizado pelos troncos das árvores, que são responsáveis pelo desenvolvimento das folhas, flores e dos frutos, além da distribuição da seiva por toda a planta.

 

O mesmo acontece com as células-tronco, as únicas com capacidade de gerar os 216 tecidos do organismo. E além dessa propriedade, elas também têm a vantagem de gerar inúmeras cópias de si mesmas.

 

Além do embrião, as células-tronco podem ser encontradas também nos corpos de crianças e adultos. As fontes mais conhecidas para retirada de células são o cordão umbilical e a medula óssea, que, com as pesquisas em andamento, já mostram sensíveis resultados, principalmente no tratamento de doenças do sangue e cardíacas.

 

Ainda assim, as células embrionárias são consideradas mais eficientes, pois são indiferenciadas, isto é, estão em sua fase mais primária de desenvolvimento e ainda não foram “programadas” para se tornar um determinado tecido. Além disso, ao contrário das células retiradas do indivíduo adulto, elas não carregam os defeitos genéticos que originarão certas enfermidades no organismo.

 

Qual a diferença entre o uso terapêutico das células-tronco e a clonagem?

No uso terapêutico, o paciente recebe as células-tronco de um embrião que não possui as mesmas características que seu organismo, podendo assim ser por este interpretado como um invasor e ser rejeitado. Para evitar que isso aconteça há a opção de clonar células do próprio paciente e introduzi-las no órgão deficiente, substituindo as células que não estão trabalhando corretamente. O processo consiste em retirar o núcleo de uma célula do paciente e implantá-lo em um óvulo sem núcleo, levando ao desenvolvimento de um embrião, do qual serão retiradas as células-tronco, com as mesmas características das do paciente. Essa é a clonagem terapêutica. Se esse embrião for implantado no útero, ele poderá se desenvolver em um clone, ou uma cópia do paciente que forneceu a célula. Tal processo passará então a ser chamado de clonagem reprodutiva.

 

Como são realizadas as pesquisas?

Com a aprovação da Lei de Biossegurança, além das pesquisas com as células-tronco do indivíduo adulto, os cientistas poderão utilizar também os mais de 30 mil embriões de até seis dias (na fase do blastocisto) congelados há três anos em diferentes clínicas de reprodução do Brasil.

Após passarem por um processo químico em laboratório, as células são diferenciadas, ou seja, “programadas” para atuarem em uma determinada região do corpo, produzindo neurônios, vasos sangüíneos, músculos etc., amenizando ou até estimulando a cura de lesões e doenças.

É o futuro da medicina!

 

Algumas doenças que poderão ser tratadas com células-tronco

 

mal de Parkinson

mal de Alzheimer

lesões na medula

diabete

fraturas vertebrais

males cardíacos

leucemia (atualmente já são usadas as células retiradas da medula)

e outras enfermidades que afetam os seres humanos.

 

O que determina a Lei de Biossegurança?

Fica liberado o uso de embriões e a extração de células do cordão umbilical e de tecidos adultos, como a medula, por exemplo, para pesquisas terapêuticas;

Os embriões devem estar congelados há mais de três anos;

Para poderem fazer uso dos embriões, os pesquisadores terão de obter autorização dos genitores (doadores do óvulo e do espermatozóide) e de um comitê de ética;

 

E o que fica proibido?

A venda de embriões

A clonagem terapêutica e reprodutiva. Logo, fica proibida a clonagem de seres humanos.

 

A polêmica

Mas se permite tantos benefícios à humanidade por que então a oposição à aprovação da Lei de Biossegurança?

 

Não se deve esquecer que as pesquisas com células-tronco embrionárias causam a destruição do embrião, que foi fecundado e, por isso, considerado pelos opositores já um ser vivo.

 

Para autoridades religiosas e grupos que têm como objetivo assegurar a ética nas pesquisas científicas, a morte do embrião é a morte da vida. Salva-se a vida de um indivíduo, mas mata-se outro, que nem teve a chance de optar em oferecer sua vida para salvar de outra pessoa.

 

Por outro lado, os cientistas afirmam que os embriões utilizados, após um período em que ficam congelados nas clínicas, não mais poderiam ser utilizados na fertilização de mulheres. Como se vê, é realmente um assunto polêmico.

 

Qual a sua opinião sobre o uso das células-tronco?

 

Opine, discuta, reflita! Chame seus colegas e formulem suas opiniões: vocês são contra ou a favor do uso de embriões nas pesquisas científicas?

 

Contatos e Informações

Tel: (11) 3259-9034   -  (11) 3159-0738

Tel: (11) 3159-0426   -   (11) 3159-0656

Biblioteca Virtual 3.0

Email:  meca@editorameca.com.br

Endereço: Rua Araújo, 81 - Vila Buarque - Cep: 01220-020 São Paulo - SP