Editora Meca Ltda
TEMA: LIVRO DOS PORQUÊS
Por quê?
Por que sentimos a sentimos a sensação característica de fome?
Já respondemos a muitas perguntas relativas aos animais, dizendo que estes conhecem as coisas e a necessidade por instinto. Também há perguntas referentes aos seres humanos que merecem respostas análogas. Não é necessário que alguém nos diga que estamos com fome; sentimo-la perfeitamente, sem necessidade aviso alheio.
Esta é um dos poucos instintos que o homem possui. Até mesmo as crianças pequeninas sabem quando sentem fome. É sorte que as células do nosso corpo tenham a faculdade de nos dar a conhecer as nossas necessidades. Assim que o alimento falta ao corpo, o sangue começa a reclamar nutrição, e notamos uma sensação dolorosa no estômago à qual damos o nome de fome.
Essa sensação é acompanhada de fortes contrações das paredes do estômagos vazia e podem ser registradas por dispositivos especiais, de grande utilidade nos estudos biológicos. É uma das poucas coisas que aprendemos, sem necessidade de estudo.
Por que algumas pessoas ficam calvas?
As causas da queda dos cabelos podem ser várias e muito distintas entre si. É sabido que algumas doenças infecciosas, como a febre tifoide, possivelmente devido à febre alta e prolongada que modifica a nutrição do cabelo, embora mais tarde, já curada a pessoa, o cabelo volte a crescer. Diversas doenças de parasitais provocam as mesmas consequências, como a tinha, enfermidade produzida por fungos micromotoscópicos que aderem aos cabelos e os fazem cair, em zonas às vezes muito extensas. Também a pelagra é uma doença que produz calvícies localizadas ou generalizadas no couro cabeludo.
Contudo, a calvície mais comum é que se inicia nos homens por volta dos 30 anos e progride às vezes até a queda total dos cabelos. Começa como entradas que aparecem nas têmporas e aumentam como o correr dos anos. Sabe-se que a seborreia, ou seja, a graxa excessiva do cabelo, favorece sua queda; no entanto, ainda ignoramos o mecanismo íntimo desse processo, embora não haja dúvida de que diz respeito a fatores glandulares.
Por que os animais das regiões muito frias têm pelagem branca?
Nos animais que vivem nas regiões geladas, os pêlos brancos servem para protegê-los contra os seus inimigos, fazendo com estes não os descubram facilmente.
Encolhido, é quase impossível vê-lo se o seu pêlo tem a mesma cor que a neve. Por outro lado, se ele conservasse o pêlo branco no verão, quando a neve desaparece, poderia ser facilmente descoberto; por isso os vemos frequentemente mudar de cor à chegada do verão, tomando o tom do terreno e das plantas entre as quais habita. A isto costuma chamar-se cor protetora, e é utilidade para os animais.
O mesmo fenômeno se dá com alguns insetos: quando imóveis entre as folhas de certas plantas, não há maneira de os distinguir, poupando-se, assim, às aves que deles se alimentam.
Dá-se o nome de mimetismo a esse gênero de disfarce que a natureza oferece como proteção a alguns dos seres vivos.
Qual é a utilidade das lágrimas?
Ninguém ignora que passamos a vida inteira abrindo e cerrando as pálpebras a todo instante, movimentos esses que realizamos de maneira inconsciente, e sabemos também que, se mantivermos olhos abertos durante muito tempo, sentiremos neles uma sensação desagradável, e acabaremos com a vista turva se insistirmos na experiência. Vejamos por que ocorre tal fenômeno.
Quando o olho está aberto, sua parte dianteira fica exposta ao pó e às demais matérias que flutuam no ar, ficando ele seco e perturbado nas suas funções. A razão de termos o interior dos olhos sempre limpo, embora nunca o lavemos, é porque o lavamos, sem perceber, cada vez que as pálpebras abrem e fecham. Na parte superior de cada olho, e perto do seu ângulo externo, existe uma pequena protuberância chamada glândula lacrimal, que está constantemente segregando lágrimas enquanto permanecemos acordados. Quando a parte externa do olho experimenta uma sensação de sequidão e os incômodos provocados pela poeira, essa sensação é logo transmitida ao cérebro, e a pálpebra desce pelo espaço de menos de um segundo, arrastando com ela uma lágrima que umedece e limpa a superfície do olho, que é assim perfeitamente lavado sempre que necessário.
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