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TEMA: Mundo

Estados Unidos e Cuba reatam relações

 

Em janeiro de 1959, a Revolução Cubana comandada por Fidel Castro depõe o regime do ditador Fulgêncio Batista.

Apesar do bom relacionamento que mantinha com o ditador deposto, o governo dos Estados Unidos reconhece o novo governo.

Porém, empreendimentos dos Estados Unidos em Cuba são nacionalizados pelo novo governo de Fidel Castro. Em represália, em janeiro de 1961 os Estados Unidos rompem relações diplomáticas com Cuba,

treinando cerca de 1,5 mil exilados cubanos para invadir a ilha pela Baía dos Porcos, com objetivo de derrotar o regime. Não lograram êxito.

Para deteriorar ainda mais as relações já estremecidas, em dezembro de 1961 Fidel Castro proclama Cuba um Estado comunista e seu alinhamento com a União Soviética (URSS).

Bloqueio econômico

Em janeiro de 1962, sob a presidência de John Fitzgerald Kennedy, Cuba é expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA).

No mesmo ano os Estados Unidos decretam bloqueio econômico e político desse pequeno país caribenho, prática que resultou em muitas dificuldades para o desenvolvimento de Cuba, principalmente depois do desmantelamento da antiga União Soviética, que manteve durante muito tempo importante apoio econômico ao governo cubano, seu estratégico aliado  na região.

 

Reatamento de relações

Em dezembro de 2014, com a importante influência do Papa Francisco, que recebeu representantes das duas nações no Vaticano, os governos dos Estados Unidos e de Cuba reatam suas relações diplomáticas, depois de 53 anos de rompimento entre eles.

 

Porém, os acordos anunciados não preveem nova estratégia para breve a completa normalização das relações entre os dois países, principalmente com relação ao bloqueio econômico, comercial e financeiro mantido pelos EUA desde 1962.

 

Conservadores americanos e dissidentes cubanos criticaram o reatamento diplomático, lembrando o desprezo do regime castrista pelos conceitos de democracia e de direitos humanos.

Contribui também para as dificuldades dessas relações o apoio explícito do governo de Cuba ao governo da Venezuela, inimigo político do governo dos EUA.

 

De toda forma, esse acontecimento é notável também porque aproxima dois países importantes da antiga Guerra Fria, que tinha como protagonistas principais os Estados Unidos e a então União Soviética.

Na prática, os resultados imediatos do reatamento são:

 

1) Os americanos poderão visitar a ilha para viagens de negócios ou de educação, sem necessidade de autorização do Departamento do Tesouro.

 

2) Será permitida a exportação para Cuba de equipamentos agrícolas, de construção civil e de comunicação.

 

3) Os americanos poderão usar cartões de crédito e de débito nos negócios em Cuba.

 

4) Será elevado para US$ 2.000 por trimestre o valor de recursos remetidos por exilados a parentes na ilha. Para negócios o valor será ilimitado.

 

5) No âmbito político, Cuba libertou 53 presos e os Estados Unidos libertaram 3 espiões cubanos presos havia 16 anos.

 

Enfim, o clima de animosidade entre os dois países vai se dissipando na medida em que acordos vão sendo assinados.

 

Participação brasileira

Com a redemocratização do país, após 21 anos de regime militar, em 1985 o Brasil reatou suas relações com a ilha caribenha. Veemente crítico do isolamento imposto a Cuba pelos Estados Unidos, desde então o Brasil,  seja em contatos diplomáticos ou com discursos em fóruns internacionais, defendia, incessantemente,  o fim do embargo político e econômico americano. E, por acreditar no futuro que ora se faz presente, o Brasil passou a investir firme em sua parceria comercial com Cuba. Entre outras iniciativas, bancou quase totalmente a principal delas,  o Porto de Muriel, estrategicamente localizado a menos de 150 quilômetros do maior mercado do mundo. Por meio do BNDES, o Brasil financiou 682 milhões de dólares na construção do porto, que custou 957 milhões. O primeiro retorno se deu praticamente na obra: 802 milhões foram gastos na aquisição de bens e serviços brasileiros, segundo a nossa Odebrecht, que dividiu a empreitada com a cubana Quality. Mas essa compensação se revelará insignificante quando nossas exportações começarem a zarpar para os EUA e outros países a partir de Muriel. Por ter chegado primeiro, o Brasil sairá na frente, além de ampliar sua influência nas Américas. Bingo!

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