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TEMA: BIOLOGIA

O precioso Líquido

O precioso líquido

 

Embora o problema da escassez de água no mundo já venha sendo discutido há muitos anos, tanto na esfera nacional como na internacional, foi a crise de fornecimento desse precioso líquido em São Paulo, a maior cidade do Brasil, que despertou a consciência da população e da mídia em geral, que passou a enfocar diariamente as consequências da falta de água.

 

Com a crise ocorrida em São Paulo, levantaram-se dados históricos que revelaram ocorrência parecida em 1953, porém com menor dramaticidade, já que a população era bem menor à época.

 

Embora tenha se enfatizado que a escassez de agora se trata de fenômeno de ordem natural, não se pode deixar de atribuir também a falta de providências dos governos. As autoridades paulistas não previram a atual crise em razão da ausência de fenômeno semelhante nas últimas seis décadas.

 

Mas a crise de falta de água no Brasil não atinge apenas São Paulo, alcançando também outras unidades da Federação.

 

É sabido que as causas desse fenômeno, entre muitas outras, são o resultado do desmatamento, a conurbação, que é a unificação da malha urbana de duas ou mais cidades e em consequência de seu crescimento geográfico, a multiplicação de veículos e até a criação de gado, que expele grande quantidade de gases na atmosfera.

 

O aquecimento global provoca a transformação do meio ambiente e compromete a subsistência do planeta.

A solução para, pelo menos, minimizar o problema será a tomada de medidas urgentes de reflorestamento, devolvendo aos cursos de água suas matas ciliares.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reuso de água

 

Na educação ambiental, há que se enfatizar a utilização de recursos alternativos para, pelo menos, minimizar o tormentoso problema da escassez da água.

 

Em regiões áridas e semi áridas, como no Oriente Médio e em algumas regiões dos Estados Unidos, já se realizam práticas de reuso de água que resultaram em exemplos para países com o mesmo problema, como Portugal, Itália e Grécia, entre outros.

 

Não obstante a aparente abundância de água no Brasil, o reuso desse precioso líquido vem conquistando espaço, mormente nas grandes cidades.

 

Assim, as necessárias providências que se reivindicam das autoridades para enfrentar o problema deverão sempre ser seguidas de atitudes conscientes da população, que, em última análise, será a maior vítima da carência de água.

 

Consciência e educação

 

Mas, além das providências dos poderes constituídos, há que se ressaltar a grande importância da educação da população.

 

Para isso, todos devem se conscientizar de que a água não é um recurso natural inesgotável e que tudo deve ser feito para preservá-la. Alguns conselhos:

 

     1) Quando lavar o rosto ou as mãos, não o faça com a torneira todo o tempo aberta. Assim, molhe o rosto, ensaboe e depois enxágue.

   2) Faça o mesmo quando for tomar banho, pois é nessa ocasião que se gastam muita água e energia elétrica.

    3) Ao escovar os dentes, use um copo com água e mantenha a torneira fechada.

    4) Cuidado ao apertar a descarga do vaso sanitário. Use apenas o necessário.

    5) Lave a louça com a torneira fechada. Jogue os restos de comida dos pratos no lixo. A prática deve sempre ser a de molhar e ensaboar as peças e depois enxaguá-las todas de uma só vez.

    6) A mesma prática deve ser usada na lavagem da roupa. Neste caso, a água usada pode ser reutilizada na lavagem de quintais e veículos.

 

O problema da escassez de água no mundo

 

Artigo da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), de São Paulo, resume, com estudos e pesquisas, importantes informações sobre a extensão do problema da escassez de água em todo o mundo, destacando, inclusive, as consequências sociais da questão.

 

A escassez desse precioso líquido no mundo é agravada em razão da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. De acordo com os números apresentados pela ONU (Organização das Nações Unidas) fica claro que controlar o uso da água significa deter poder.

 

As diferenças registradas entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento chocam e evidenciam que a crise mundial dos recursos hídricos está diretamente ligada às desigualdades sociais.

 

Há regiões onde a situação de falta de água já atinge índices críticos de disponibilidade, como nos países do Continente Africano, onde a média de consumo de água por pessoa é de dezenove metros cúbicos/dia, ou de dez a quinze litros/pessoa. Já em Nova York, há um consumo exagerado de água doce tratada e potável: um cidadão chega a gastar dois mil litros/dia.

 

Segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da população mundial tem acesso a água potável. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% vão para a indústria e apenas 6% destinam-se ao consumo doméstico. Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não têm acesso a água tratada. Um bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico. Diante desses dados, temos a triste constatação de que 10 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água não tratada devidamente.

 

Vivemos num mundo em que a água se torna um desafio cada vez maior.

 

A cada ano, mais 80 milhões de pessoas clamam por seu direito aos recursos hídricos da Terra. Infelizmente, quase todos os 3 bilhões (ou mais) de habitantes que devem ser adicionados à população mundial no próximo meio século nascerão em países que já sofrem de escassez de água.

 

Já nos dias de hoje, muitas pessoas nesses países carecem do líquido para beber, satisfazer suas necessidades higiênicas e produzir alimentos. Numa economia mundial cada vez mais integrada, a escassez de água cruza fronteiras, podendo ser citado como exemplo o comércio internacional de grãos, onde são necessárias 1.000 toneladas de água para produzir 1 tonelada de grãos, sendo a importação de grãos a maneira mais eficiente para os países com deficit hídrico importarem água. Calcula-se a exaustão anual dos aquíferos em 160 bilhões de metros cúbicos ou 160 bilhões de toneladas.

 

Tomando-se uma base empírica de 1.000 toneladas de água para produzir 1 tonelada de grãos, esses 160 bilhões de toneladas de deficit hídrico equivalem a 160 milhões de toneladas de grãos, ou metade da colheita dos Estados Unidos.

 

Os lençóis freáticos estão hoje se reduzindo nas principais regiões produtoras de alimentos: a planície norte da China, o Punjab na Índia e o sul das Great Plains dos Estados Unidos, que faz do país o maior exportador mundial de grãos. A extração excessiva é um fenômeno novo, em geral restrito à última metade do século. Só após o desenvolvimento de bombas poderosas, a diesel ou elétricas, tivemos a capacidade de extrair água dos aquíferos com uma rapidez maior do que sua recarga natural pela chuva. Além do crescimento populacional, a urbanização e a industrialização também ampliam a demanda pelo produto. Conforme a população rural, tradicionalmente dependente do poço da aldeia, muda-se para prédios urbanos com água encanada, o consumo de água residencial pode facilmente triplicar. A industrialização consome ainda mais água que a urbanização. A afluência (concentração populacional) também gera demanda adicional, à medida que as pessoas ascendem na cadeia alimentícia e passam a consumir mais carne bovina, suína, aves, ovos, laticínios e grãos.

 

Se os governos dos países carentes de água não adotarem medidas urgentes para estabilizar a população e elevar a produtividade hídrica, a escassez de água em pouco tempo se transformará em falta de alimentos.

Estes governos não podem mais separar a política populacional do abastecimento de água.

Da mesma forma que o mundo se voltou para a elevação da produtividade da terra há meio século, quando as fronteiras agrícolas desapareceram, agora também deve se voltar para a elevação da produtividade hídrica.

O primeiro passo em direção a esse objetivo é eliminar os subsídios da água que incentivam a ineficiência. O segundo passo é aumentar o preço da água, para refletir seu custo. A mudança para tecnologias, lavouras e formas de proteína animal mais eficientes em termos de economia de água proporciona um imenso potencial para a elevação da produtividade hídrica. Estas mudanças serão mais rápidas se o preço da água for mais representativo do que seu valor.

 

Com esta conscientização cada vez mais crescente, cada nação vem se preparando ao longo do tempo para a valoração constante e a valorização eterna de seus recursos naturais.

 

 

Fonte: HTTP://www.cetesb.org (acesso em 03 nov. 2014)

 

 

 

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