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Petrobrás e a operação lava jato

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Petrobrás e a operação lava jato

 

Um dos assuntos que vêm ocupando cada vez mais espaço na mídia em geral é a crise da Petrobrás, a mais importante empresa brasileira.

 

Com a descoberta da camada pré-sal, um gigantesco reservatório de petróleo e gás natural, ainda no governo do presidente Lula, previa-se um grande salto nas dimensões dessa organização, uma das mais importantes do mundo.

 

Diversos fatores têm contribuído para as dificuldades que a Petrobrás vem enfrentando. É sabido que o Brasil é importador de gasolina para atender a grande frota de veículos de todo o país. A cada novo aumento dos preços da gasolina no mercado internacional, a Petrobrás deveria repassar esse custo ao consumidor brasileiro. Porém, temendo que esse repasse viesse a contribuir com o aumento da inflação, o governo brasileiro praticamente congelou o preço da gasolina nas bombas.

 

Comprando caro e vendendo barato, a Petrobrás, através dos anos, foi acumulando grandes prejuízos.

Mais recentemente, porém, o preço do petróleo baixou no mercado internacional, minimizando esse aspecto da questão. Mas, por outro lado, como a Petrobrás é também exportadora de petróleo, a baixa do preço desse precioso produto resultou em grandes prejuízos no seu faturamento.

 

Operação Lava Jato

Contudo, indiscutivelmente, o que atualmente vem prejudicando sobremaneira a Petrobrás são os escândalos que evidenciam desvios de grandes somas de seus cofres, resultado de conluios entre as grandes empreiteiras contratadas com políticos inseridos na direção da maior empresa brasileira, com o único objetivo de, por meios espúrios, obter grandes lucros.

 

O desenrolar das investigações aponta para a responsabilidade de importantes políticos da base do governo, fato que, até onde vier a respingar e a quem atingir, poderá comprometer a credibilidade do governo como um todo.

 

A Petrobrás perdeu, nos últimos anos, mais da metade de seu valor e já foi completamente prejudicada no mercado de capitais com a desvalorização de seus papéis e o comprometimento de sua imagem no Brasil e no exterior, uma vez que, como é sabido, as ações da empresa são negociadas nas Bolsas de Valores internacionais.

 

O que agrava a questão é que a empresa enfrenta processos nos Estados Unidos por haver publicado informações duvidosas, ou seja, não expor os seus comunicados ao mercado e aos acionistas os danos causados pela corrupção instalada em sua administração.

 

Em meio a dificuldades de caixa e com um pesado compromisso de investimento, a Petrobrás analisa vender participações em áreas no pré-sal como solução de curto prazo para cobrir suas fendas financeiras.  Investidores e petroleiras instalados no exterior estão sendo sondados para avaliar se teriam interesse no negócio.

 

Os reflexos da crise da Petrobrás não tardaram a aparecer.

Registra-se que empresas envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investigar esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, envolvendo altos dirigentes da Petrobrás, empreiteiras e políticos, já demitiram  mais de 12 mil funcionários.

 

O maior número de cortes ocorreu nas obras da Refinaria Abreu  e Lima, em Pernambuco, e do Comperj, no Rio de Janeiro.

 

Soma 23 o número de empresas envolvidas nas investigações da Polícia Federal e que estão proibidas de participar de novas licitações da Petrobrás.

 

De toda forma, pela sua grandeza, construída por muitos anos e em diversos governos, graças à competência de seu corpo de técnicos e engenheiros, essa grande empresa, que tem sido o orgulho do Brasil, poderá recuperar seu antigo prestígio desde que os governantes a abasteçam de competentes profissionais e não de políticos que dela só objetivam levar vantagens pessoais.

 

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